Resenha: livro "Diário de uma hipocondríaca", Bete Giacomini

   Olá pessoal, tudo bem? O livro da resenha de hoje é "Diário de uma hipocondríaca", escrito por Bete Giacomini e publicado pela editora Dublinense.
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   Resumidamente, podemos dizer que "a hipocondria é um estado psíquico em que a pessoa tem a crença infundada de que padece de uma doença grave. Costuma vir associada a um medo irracional da morte, a uma obsessão com sintomas ou defeitos físicos irrelevantes, preocupação e auto-observação constante do corpo e até às vezes, à descrença nos diagnósticos médicos. Muitas vezes encarada como algo engraçado, a patologia é séria e prejudica a vida de pacientes e parentes." (Wikipédia)
   Elisa tem 38 anos, é controladora de tráfego aéreo e foi diagnosticada pelo psicanalista e pelo psiquiatra como hipocondríaca.
   "Se pudesse, viveria com menos gravidade. Entretanto, seguro avião no céu..." (página 180)
   "Se hipocondríaca não pressupõe pessoa que afirma como verdadeiro o que é falso, mas pessoa que sente verdadeiramente o que é falso e tem medo, devo dizer que posso ser outra, tipo Alterego - eu mesma, porém, muito medrosa. E não se trata de disfarce nem codinome. Eu, quando apavorada, tenho de acalmar uma semente de abacate que fica excitada no meu estômago..." (página 32)
   Como parte de seu tratamento, Elisa começou a escrever um diário. Nesse diário, ela fala sobre o que acontece em seu dia-a-dia, o que ela sente e o que pensa durante pouco mais de um ano.
   Elisa passa por situações que parecem bem engraçadas para quem não tem ou não convive com pessoas que tem hipocondria. Seja em casa, no trabalho ou na rua, o mundo está cheio de perigos para Elisa (e mesmo assim ela consegue cumprir seu trabalho que exige muita atenção e que é de uma responsabilidade enorme).
   Eu mais me identifiquei do que achei graça dos apuros pelos quais ela passa. Vou contar um segredo para vocês: pelo que sei, não sou hipocondríaca, mas já pensei e agi como a Elisa algumas vezes. Já fiquei apavorada e tive vontade de abrir um guarda-chuva quando alguém espirrava perto de mim; já cismei que pudesse estar doente e não estava; já enxerguei o mundo como um terrível amontoado de germes e bactérias assustadores, entre outras coisas, mas não passei por tudo isso ao mesmo tempo como a Elisa passa.
   Em cada página fui conhecendo e entendendo um pouquinho mais sobre a personagem. Alguma história que parecia mal contada num dia, era esclarecida em outro. E a Elisa ia mudando e se tornando mais real para mim em cada palavra.
   Selecionei alguns trechos que mais gostei para colocar na resenha, gostei de muitos mas tive que escolher só alguns para a resenha não ficar muito grande:
   "Sempre há algo meio esquerdo rondando minha imaginação. Nunca espero que ela, a imaginação, vá me colocar no topo da felicidade. O tempo todo aguardo a hora em que vai me jogar no bunker do mau agouro." (página 33)
   "Nota: Em defesa da sombrinha, cabe dizer apenas que, nos registros históricos, há casos comprovados de que já prestou segurança de vida às suas muitas portadoras; não há relato quanto à proporção dos ferimentos nas cabeças atingidas, consta apenas que eram homens." (página 36)
   "Não sei se me inclino para o lado da esperança e acredito nela ou se rio a favor da desilusão. Para ser esperançosa é preciso esforço e um médico." (página 61)
   "Sentimentos querem ser bons e nem sempre podem. Mas continuam tentando. Como também continuam escondendo quando não o são. O que não é de boa qualidade não se diz." (página 168)

   Gostei dessa citação de Oscar Wilde que está no começo do livro, deu até vontade de começar a escrever num diário.
Citação de Oscar Wilde

   Sobre a autora:
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   Assim que terminei de ler o livro, entrei em contato com a autora (que foi super atenciosa) para fazer algumas perguntas. Duas eram sobre partes específicas da história e não adiantaria colocar a resposta  para quem não leu o livro ainda. As outras duas foram:
   Pergunta 1: Queria saber de onde veio sua inspiração para escrever esse livro? Vi que você era publicitária, por que escrever um diário de uma hipocondríaca?
   Resposta: "Uma em cada duas pessoas é hipocondríaca. Esta (minha) estimativa, nada absurda, fala por si. A (minha) estatística, quase alarmista, justifica a ideia do livro.
   “Diário” é inspirado num século imerso em doenças psicológicas, a hipocondria aparece com suas doses diárias de sofrimento. Faz tantas vítimas e arranja sintomas, até ao limite do pânico, que precisava ser abordado. Então, escrevi “Diário de uma Hipocondríaca”, porque acredito no remédio que pode ser a leitura. E, Elisa, a personagem hipocondríaca, não por coincidência, tem a terapêutica missão de confessar a falta de lógica de ser hipocondríaca e, enquanto ela faz rir disso, seriamente, vai tirando o foco do susto e do medo, paralelamente que empresta conhecimento, cumplicidade e companhia."
   Pergunta 2: Você tem outros livros publicados além desse?
   Resposta: “'Diário de uma Hipocondríaca' é meu segundo livro. O primeiro é uma novela, que escrevi tempos atrás, como um teste para ver como me saía como escritora. Estou com dois originais em fase de acabamento. Acredito que um dos títulos deverá sair no próximo ano."

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   Sobre a parte visual/gráfica do livro posso dizer que: gostei bastante da capa, as folhas são amareladas (algumas páginas tem ilustraçõezinhas de remédios parecidos com o da contracapa), o tamanho das letras e das margens é ótimo.
   Detalhes: número de páginas: 192; página no Skoob; ISBN: 9788562757839; onde comprar online: site da editora, Saraiva, Fnac.

   Em resumo: "Diário de uma hipocondríaca" é um livro para quem procura uma leitura divertida, ou para quem tem interesse em saber mais sobre a hipocondria do ponto de vista de uma hipocondríaca.
   Muito obrigada editora Dublinense pela atenção e por disponibilizar o livro para resenha. Muito obrigada Bete Giacomini por responder minhas perguntas e parabéns pelo livro!
   Espero que vocês tenha gostado da resenha. Quem já leu ou conhecia esse livro?
   Ah, e continuem votando no blog do ano e no Pétalas de Liberdade no prêmio TopBlog.
   Falando em prêmio, o blog Pétalas de Liberdade foi eleito como um dos melhores blogs de 2013 pelos leitores do blog Café entre Amigos! Fiquei muito surpresa e contente pela premiação. Agradeço todos que gostam do meu blog e que votaram nele. Muito obrigada!

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24 comentários

  1. awn quero leer hahaha Faz uma visita lá no blog? Tem resenha do livro Extraordinário, venha ver http://meninascapricho-dada.blogspot.com.br/2013/12/resenha-extraordinario.html

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  2. Nao costumo ler este tipo de livro, mas me parece muito legal a historia .

    Parada Teen | Fanpage | Instagram: @luannaandrade_

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  3. CREIO QUE SEJA BEM INTERESSANTE A HISTORIA.

    komennik@gmail.com

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    1. Olá, realmente é uma história bem interessante. Obrigada pela visita e comentário.

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  4. Parece ser um livro muito legal, gosto de leituras divertidas que me façam rir e refletir. Coloquei na lista.
    beijoos
    http://cheiade-alegria.blogspot.com.br/

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  5. deve ser muito duro ter essa doença, eu não sei se é doença, mas em certas ocasiões não gosto de espuma, e creme, coloco creme na mão, é como se eu tivesse colocando alguma coisa muito nojenta na mão >_< kkkkkkkkk

    Faça uma visita: http://taycomarte.blogspot.com.br/

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    1. Oi Taymara; não é nada legal viver com hipocondria, pelo seu problema com a espuma já dá para imaginar um pouquinho como dever ser ser hipocondríaco. Obrigada pela visita e comentário.

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  6. Gente, preciso ler esse livro!
    Não que eu seja hipocondríaca, na verdade, eu nem me interessava tanto pelo assunto. Mas você fez parecer tão interessante, que o livro entrou para minha lista de livros para ler (:

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    1. Oi Stephanie, fico contente em ter conseguido mostrar o quanto o livro é bacana; muito obrigada pela visita e comentário.

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  7. Excelente resenha,Mari.

    Viajo dia 21 e só retorno depois do Reveillon.

    Que seu Natal e Ano Novo sejam cobertos de bênçãos e alegrias!

    Obrigada por ter me acompanhado esse ano.

    Beijinhos

    Dryka



    Blog Suas Histórias Nossas Histórias

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    1. Oi Adrina, obrigada pela visita e comentário e boa viagem!

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  8. Bom dia, Mari!
    Li tua resenha ontem mas não consegui comentar. Gostei porque não sabia o significado de hipocondria, apesar da palavra não ser estranha e já tê-la ouvido várias vezes. Legal fazerem um livro baseado em experiência de alguém que sofre com isso.
    Muito boa a resenha :-)

    Ah, parabéns pelo prêmio. Indiquei também teu blog para ele, pois tu merece... gosto muito deste teu espaço. Beijos!

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    1. Oi Fernanda; fico contente que tenha gostado da resenha. Muito obrigada pela visita, pelo comentário e por ter indicado meu blog :) .

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  9. Olá.
    Parabéns pela resenha está muito boa. Quanto ao livro não sei se sou capaz de ler pois também sou um pouco hipocondríaca e de cada vez que tenho uma constipação parece que apanhei uma pneumonia e estou a morrer... É horrível.

    Se quiser passar no meu blog e comentar fica aqui o endereço: http://comunidadefantastica.blogspot.pt/

    Estou seguindo o seu blog também.

    Boa Semana e Boas leituras

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    1. Olá; creio que possa ser uma boa leitura para você, assim como eu, você pode se identificar ainda mais com o que a personagem passa. Muito obrigada pela visita e comentário!

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  10. Hipocondria é uma coisa complicada.
    Eu tive um avô que adorava tomar remédios e ser internado em hospital.
    Ainda bem que não puxei a ele.

    E a votação? Muito acirrada?

    Histórias, estórias e outras polêmicas

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    1. Oi Claudio, bota complicada nisso! A votação tá bem movimentada, logo logo conto o resultado. Obrigada pela visita e comentário.

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  11. Outra coisa... no xícara de ouro também me qualifiquei.
    E também votei no teu, é claro.
    Bjs

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