Resenha: livro "13 Horas", Mitchell Zuckoff

 Olá pessoal, tudo bem? O livro da resenha de hoje é "13 horas - Os soldados secretos de Benghazi", escrito pelo Mitchell Zuckoff com a colaboração da Equipe de Segurança do Anexo, e publicado pela Bertrand Brasil em 2016.

Resenha, livro, 13 Horas, Mitchell Zuckoff, Bertrand Brasil, opinião, trechos, atentado, líbia, eua

 Confesso que o que me fez solicitar esse livro foi a capa bonita e o fato de o filme homônimo lançado esse ano ter se baseado nele. Eu imaginei que uma história de um atentado real talvez não fosse ser uma leitura muito boa, mas estava completamente enganada!

 A história se passa em 2012, mais especificamente em uma data sobre a qual vocês devem ter visto alguma notícia nos jornais, da noite de 11 de setembro para a manhã de 12 de setembro, 13 horas muito difíceis para um grupo de norte-americanos que estava na Líbia, mais especificamente na cidade de Benghazi. Para quem não se lembra, em 2011 o ditador Muamar Kadhafi havia sido tirado do poder, e desde então o país estava se reorganizando.

 Não era bem uma embaixada o que os Estados Unidos tinham em Benghazi, era algo denominado como Complexo da Missão Especial do Departamento de Estado dos EUA, ou simplesmente Complexo Diplomático, onde estava o embaixador Christopher Stevens. Christopher é descrito como um pacifista, alguém que acreditava que diferentes culturas deveriam conviver em paz, e que fazia disso a sua luta.

 Além da pequena equipe de segurança que estava no Complexo, perto dali havia outra equipe, supostamente secreta, a GRS era composta por integrantes da CIA e complementada por outros agentes especiais e com diversas formações, que ficavam no local denominado "Anexo da CIA".

 Sobre os agentes especiais, cujos depoimentos foram as principais fontes de Mitchell Zuckoff para escrita do livro, ao compartilharem suas lembranças dos acontecimentos, sentimentos e pensamentos daquela noite:
 "Todos estavam entre os trinta e tantos e os quarenta e tantos anos, todos tinham viajado muito e todos tinham esposa e filhos que amavam e podiam sustentar mais facilmente com o pagamento da GRS." (páginas 64 e 65)

Resenha, livro, 13-Horas, Mitchell-Zuckoff, Bertrand-Brasil, opinião, trechos, atentado, líbia, eua, benghazi, mapa

 Todo 11 de setembro é uma data tensa para os norte-americanos, sempre há o temor de que algo parecido com os atentados terroristas de 2001 possa acontecer. Por isso, naquela noite na Líbia, a equipe de segurança do Anexo, composta por Oz, Tanto, Tig, Jack, D.B e Rone, estava em alerta. Com o cair da noite, o que temiam aconteceu: o Complexo Diplomático foi atacado por um grupo de agressores líbios. E eram os homens do Anexo os mais próximos e que poderiam tentar resgatar o embaixador e os demais ocupantes do Complexo. Combatendo em terreno hostil e sem saber ao certo quem era o inimigo, a equipe de segurança passaria por 13 horas dificílimas, cheias de tensão, luta, tiros e sangue.

 "Eles passaram o tempo contando piadas e conversando, dizendo um ao outro que os Estados Unidos tinham aplicado bem o dinheiro em treinamento para ensinar-lhes como ser soldado. Ambos já tinham presenciado ação antes, mas nada tão prolongado nem intenso quanto aquilo." (página 260)

 Eu não tinha expectativas para o livro, não leio muitas coisas do tipo, mas me sinto grata por ter arriscado a ler a obra. Diferente do que eu esperava, a narrativa tinha um ritmo ágil, a escrita do autor era fluida. E eu li as mais de 300 páginas rapidamente. Mitchell Zuckoff me fez imaginar com clareza as cenas, os personagens, me fez vislumbrar a tensão que aquelas pessoas viveram naquela noite, me fez sentir empatia por eles e quase me fez chorar. Ao finalizar a leitura, não havia outra nota que eu pudesse dar que não fossem as cinco estrelas no Skoob!

 Nada justifica atacar um grupo que estava em missão de paz, e era isso que o embaixador estava fazendo na Líbia, buscando paz. E a equipe de segurança estava ali para protegê-lo, mas ao serem atacados, eles revidaram com bravura. Durante a leitura, é impossível não torcer pelos norte-americanos, não torcer para que eles consigam sair dali em segurança, sem baixas. E quando a gente pensa que acabou, vem mais uma saraivada de explosões e mais tensão.

 "- Se estão atirando em vocês, atirem neles.
 - Copiado - disse Tig.
 Ele e Oz não tinham mesmo parado de atirar." (página 256)

 No fim, fica a admiração por aqueles homens, que graças ao seu bom treinamento e a sua coragem, conseguiram evitar que a tragédia fosse maior ainda e que todos os mais de 20 americanos ali morressem. Fica a admiração também por Mitchell Zuckoff, por ter ido buscar a versão daqueles que de fato vivenciaram o acontecido, sem abrir mão das versões oficiais dada pelo governo e do que saiu na mídia, na intenção de dar voz a quem realmente esteve presente, retratando a humanidade daquelas pessoas que são tão reais quanto eu e você, mas que diferente de nós, passaram por coisas que eu espero que não tenhamos que passar nunca.

 "- Com certeza vamos fazer as pessoas pagarem pelo que fizeram.
 - Vocês tem que fazer isso, senão coisas desse tipo vão continuar acontecendo - repreendeu Tanto.  - Vocês tem que consertar isso ou não nos verão aqui mais. E se virem, não será como aliados." (página 314)

Resenha, livro, 13-Horas, Mitchell-Zuckoff, Bertrand-Brasil, opinião, trechos, atentado, líbia, eua, benghazi, filme
Resenha, livro, 13-Horas, Mitchell-Zuckoff, Bertrand-Brasil, opinião, trechos, atentado, líbia, eua, benghazi, historia-real
diagramação, Resenha, livro, 13-Horas, Mitchell-Zuckoff, Bertrand-Brasil, opinião, trechos, atentado, líbia, eua, benghazi, fotos
Resenha, livro, 13-Horas, Mitchell-Zuckoff, Bertrand-Brasil, opinião, trechos, atentado, líbia, eua, benghazi, mapa, fotos
Na foto acima, alguns dos invasores do complexo e o que eles fizeram lá.
 Sobre a parte visual: eu achei a capa realmente muito bonita, ela é brilhante, e baseada nas imagens do filme. As páginas são amareladas, as margens, o espaçamento e as letras tem um bom tamanho. Há alguns mapas que auxiliam na compreensão do local onde se passa a trama, e mais ou menos no meio do livro há algumas páginas com fotos dos "personagens", do Complexo e do Anexo antes e depois das 13 horas, e dos agressores. Não me lembro de ter encontrado erros de revisão. Um ótimo trabalho da editora!

 Por mais que eu fale, sinto que ainda não conseguiria transmitir para vocês o quanto foi gratificante realizar essa leitura. Enfim, o que quero dizer é que o livro é bom e que vale a pena lê-lo. A colaboração da equipe de Segurança do Anexo foi indispensável, e Mitchell Zuckoff acertou em cheio ao transformar a realidade em narrativa, transformando pessoas reais em personagens pelos quais torcemos, colocando o bom humor deles para contrabalançar a situação dramática, fugindo do tom completamente jornalístico e frio e optando por algo realmente quase que cinematográfico e emocionante. Ah, sobre o filme: acho que não tenho coragem de assisti-lo, após saber o desfecho de alguns personagens. Leiam se puderem, mesmo quem não curte temáticas de guerra pode gostar, eu gostei.

 Detalhes: 350 páginas, ISBN-13: 9788528620535, Skoob, onde comprar online: Submarino, Americanas.

 Enfim, por hoje é só, espero que vocês tenham gostado da resenha de hoje. Me contem: alguém se lembra de ter visto notícias sobre o ataque, já leu o livro, viu o filme ou conhecia o autor?


Até o próximo post!
Me acompanhem nas redes sociais:
 twitterfacebook | G+SkoobInstagramYouTube| Snapchat: marijleite_pdl

9 comentários

  1. Ainda não tive a oportunidade de ler uma obra com o tema de guerra ou missão de retirada, nem nada assim, mas me animei em tentar ler algo do gênero com sua resenha, de verdade. Bom saber que esta obra foi escrita com fluidez e que nos transmite muito do que ocorreu naquele dia. Poxa, fiquei com muita vontade de ler, além da vontade de ver o filme! :D
    Beijossss

    ResponderExcluir
  2. Que máximo este livro!
    Não conhecia. Muito legal!
    Super anotada a dica. Gosto muito de livros assim.

    Beijinhos...
    http://estantedalullys.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  3. Não conheço o livro e nem o filme baseado nele. Certamente, deve ser uma leitura eletrizante, eu gosto do estilo, passa tensão, conflitos e geralmente consegue envolver o leitor. Adoraria apreciar essa leitura.

    ResponderExcluir
  4. oi ^^
    pow eu vi o trailer do filme e fiquei maluca com vontade de assistir. quando soube que havia um livro eu quase surtei. a história é muito interessante e fico feliz que tenha gostado.
    pretendo ler em breve. Seguindo o Coelho Branco

    ResponderExcluir
  5. Olá, parabéns pela resenha! Confesso que não sou fã de obras com essa temática, mas no geral gostei do enredo e acho que leria sem nenhum problema.

    Abraços
    Literaleitura

    ResponderExcluir
  6. Olá, tudo bem?
    Achei a capa muito interessante, porém não me interessei muito pelo livro, talvez por não estar acostumada a ler livros neste estilo.
    Gostei muito da sua resenha!
    Beijos, Larissa (laoliphant.com.br)

    ResponderExcluir
  7. Olá!
    Apesar de gostar da temática, não me senti interessado pelo livro. No momento estou numa vibe mais "YA"

    Beijos
    http://ummundochamadolivros.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  8. Olá,
    Eu gosto deste tipo de livro. Pela sua resenha parece ser bem dinâmico, já peguei livro que era pra ser de ação mas ficava meio enrolado ou mal escrito o que não parece ser este o caso.
    http://euinsisto.com.br

    ResponderExcluir
  9. Oiee, tudo bem?

    Que bom que curtiu o livro. Confesso que ele não é exatamente a minha praia. Mas a leitura parece ser super ágil!

    beijos
    Kel
    www.porumaboaleitura.com.br

    ResponderExcluir

Obrigada por comentar :)!!! Sua opinião é muito importante para mim. Tem um blog? Deixe seu link que visitarei sempre que possível.
*comentários ofensivos serão apagados

Topo