Resenha: contos "A carta roubada" e "O barril de amontillado", Edgar Allan Poe #12mesesdepoe

 Olá pessoal, tudo bem? Último mês do ano, e com ele chega ao fim o desafio literário 12 Meses de Poe. Em 2017, esse projeto de leitura consistia em ler um conto e um poema do escritor Edgar Allan Poe por mês. Hoje venho comentar sobre o conto de novembro e o de dezembro.

A carta roubada, Edgar Allan Poe, ilustração

 "A carta roubada", leitura de novembro, nos traz um velho conhecido (em meses anteriores lemos contos onde ele aparece): o detetive Dupin. A narração é feita por um narrador sem nome, amigo de Dupin. Certa noite, eles estão em casa, em Paris, quando o comissário de polícia vai visitá-los e pedir ajuda a Dupin para solucionar o roubo de uma carta. Sabe-se quem está em poder da carta, pois é alguém que está fazendo uso das informações contidas nela para chantagear outra pessoa. A questão é descobrir onde está essa carta. E será que Dupin, com sua inteligência acima da média e sua enorme capacidade de dedução, pode ser capaz de descobrir o paradeiro e recuperar essa correspondência?

 "- Se é assunto que exige reflexão - observou Dupin, abstendo-se de acender o pavio - examinaremos melhor no escuro.
 - Eis mais uma de suas ideias esquisitas - disse o comissário, que tinha mania de chamar de 'esquisito' tudo o que estava além da própria compreensão, vivendo assim cercado por uma verdadeira legião de 'esquisitices'." (página 210)

 "A carta roubada" é um conto de cerca de vinte páginas. Eu gostei dele, pois não há tantas divagações por parte de Dupin como em outros contos. A leitura é fluida, é possível entender o caso, e a resolução é algo aparentemente simples, mas claro que se faz necessária a astúcia de Dupin.

O barril de amontillado, Edgar Allan Poe, ilustração

 O conto de dezembro, "O barril de amontillado", também tem um narrador sem nome, mas sabemos que faz parte da família Montresor. Ele armou um plano para se vingar de um homem chamado Fortunato. Em época de carnaval, aproveitando-se do estado alcoolicamente alterado de Fortunato, ele lhe diz que comprou um barril de amontillado, um tipo de vinho, mas que duvida da autenticidade da bebida.

 Como Fortunato se considera um conhecedor de vinhos, diz que vai ver a bebida para dizer ao "amigo" se é autêntica ou não. E assim, narrador e Fortunato vão até à adega dos Montresor, localizada no subsolo, em catacumbas, junto com as criptas onde estão os corpos dos falecidos da família. E o que acontece lá embaixo é uma vingança assustadora.

 "Cruzamos longas passagens cobertas com esqueletos empilhados, barris e pipas misturados nos mais recônditos confins das catacumbas. Fizemos nova parada e, desta vez, tive a ousadia de segurar Fortunato pelo braço, logo acima do cotovelo.
 - O salitre! Veja, está mais forte. Paira como musco aqui na adega. Estamos sob o leito do rio." (página 101)

 O conto é curtinho, tem oito páginas, e ouso dizer que é um dos melhores do Poe! Se você não leu nada dele ainda, e quer uma indicação de por onde começar, comece por "O barril de amontillado"! Achei interessante a história se passar durante um carnaval, o que nos lembra que não é só no Brasil que temos essa festa. Outra coisa que chamou minha atenção, foi ter uma adega junto com esqueletos. Nos dias de hoje, eu jamais tomaria um vinho que ficou armazenado ao lado de corpos, mas se considerarmos a época, é bem sinistro o local onde a bebida era guardada. Terminei a leitura imaginando o que Fortunato poderia ter feito de tão grave para ser vítima de uma vingança tão cruel, mas conhecendo os narradores homicidas de Poe, sabemos que o problema, na maioria das vezes, está no próprio narrador.

 Eu li o poema de novembro, "Para Annie", e o de dezembro, "Linhas sobre a cerveja", mas não tenho muito o que acrescentar sobre eles. Enfim, desafio literário concluído (acho que é o único que concluirei esse ano). Fica o meu agradecimento à Anna Costa por ter criado o 12 Meses de Poe. Graças ao projeto, já li quase todo o livro "Edgar Allan Poe: medo clássico" da Editora Darkside (quem quiser ver detalhes do livro, e só conferir no Youtube: Detalhes da edição do livro "Edgar Allan Poe: Medo Clássico, Darkside Books. Para conferir as resenhas de todos os contos do desafio, é só acessar a tag 12 meses de Poe no blog.

 Por hoje é só, espero que tenham gostado do post. Me contem: qual dos dois contos acharam mais interessante?

Até o próximo post!

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5 comentários

  1. Olá,
    Li algumas coisas de Poe e acho incrível como da pra sentir o terror no que ele escreve. Dos dois achei mais interessante "O barril de amontillado" e concordo com você com toda certeza não tomaria vinho que estava do lado de um corpo rs

    Debyh
    Eu Insisto

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  2. Oiee!
    Ainda não conhece nada do Poe, apesar de gostar de terror tenho problemas com contos e isso acabou me travando para iniciar algo do autor! Mas vou anotar sua dica. Vai que Poe me faz mudar de opinião sobre os contos em geral?

    Beijokas

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  3. Oi!
    Esse conto "A carta roubada" me lembrou muito os livros do Coan Doyle. Bem ao estilo Sherlock Holmes! Ainda não li anda do Poe, mas tentarei dar uma chance. ^^
    Beijão!
    http://www.lagarota.com.br/
    http://www.asmeninasqueleemlivros.com/

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  4. Oi Maria, como está?
    Já li vários contos do Poe e com certeza eu adoraria ter comigo essa edição da Darkside do Médo Clássico Edgar Allan Poe!
    Adorei a tua resenha e fico muito feliz em saber que tu conseguiu cumprir esse desafio literário!
    Abraços e beijos da Lady Trotsky...
    http://rillismo.blogspot.com
    http://osvampirosportenhos.blogspot.com

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  5. Olá! Acompanho esse desafio em alguns blogs e acho muito bacana! Tenho vontade de ler algo de Poe, mas ainda não tive oportunidade. Que bom que se trata de uma leitura fluida! Acho que eu também não tomaria um vinho que envelheceu tantos anos próximo a corpos e esqueleto! Realmente fiquei imaginando o que foi feito para despertar tamanha vingança! Vou me planejar para ler no próximo ano!
    Beijos!
    Karla Samira
    http://pacoteliterario.blogspot.com.br/

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